Dia desses revisei um texto do amigo, Luiz Brites, no qual ele falava sobre Comparação.
Quando comparamos quem somos, o que temos ou não, o que fazemos ou deixamos de fazer com a realidade de outras pessoas.
Percebi que faço isso sim.
Que fico triste sim.
Ao me dar conta disso, justamente pela leitura do texto dele, comecei a refletir.
Comecei a pensar em quem eu sou, meus dons, minhas fraquezas, o que já melhorei e o que ainda precisa de trabalho.
Lembrei de algo que falo sempre para minha filha:
Porque você acha uma pessoa bonita, você não tem que ser feia. Para você ser bonita, as outras não precisam ser feias.
Cada um é cada um, com sua beleza, sua graça, suas habilidades, suas deficiências e suas fraquezas.
Todos nós temos defeitos e virtudes, todos nós.
Então, é preciso conhecer e valorizar quem somos.
O pacote completo!
Adoro meus olhos verdes!
Meu pai e a mãe dele tinham os olhos azuis, minha avó materna tinha os olhos verdes.
Bacana, herdei.
É diferente ter olhos claros num país onde a maioria não tem.
Mas por isso não há beleza em outros olhos?
Claro que há, porque acredito que mais que a cor da íris, o olhar tem que ter vida, amor, compreensão, empatia.
Há olhares que sorriem e há os que choram sem verter lágrimas…
É possível ver tudo isso num olhar e não ver nada também.
Tudo depende do que há por dentro, a alma, a parte divina e o uso que se faz dela.
O quanto ela é alimentada, o quanto se busca eliminar defeitos e substituí-los por virtudes.
Ninguém vai ser canonizado, mas é possível ser melhor.
Para mim, esta é a razão principal de existirmos, muito mais do que ganhar dinheiro, pagar contas, adquirir bens materiais, porque, como dizia minha mãe:
Caixão não tem gavetas. Leva-se as experiências, os aprendizados, os sentimentos (sejam eles quais forem…). O corpo físico fica, a alma volta para o Pai.
Isso é o que eu acredito.
Todo o resto é apenas o meio, é o material para o aprendizado.
Então, acabei voltando ao tema do primeiro texto meu que o Brites publicou: Auto-observação.
É preciso olhar para dentro de nós, desarmados, com certa frieza.
A mesma que usamos para olhar para o mundo, para os outros.
Pois só assim conseguiremos nos ver como realmente somos.
O pacote que todo ser humano é.
Virtudes e defeitos, habilidades e fraquezas.
E ainda, é preciso lembrar que não cai uma folha de uma árvore sem o consentimento de Deus.
Então, é preciso lembrar que temos, ou não temos, o que precisamos para nossa evolução.
É preciso respeitar e amar quem somos.
Sair da comparação e migrar para a aceitação.
Ficar fascinado ou cair na vitimização só nos fará patinar.
Fácil?
Não, não é.
Mas é tentando, caindo e levantando que chegaremos a algum lugar.
Adriana Fazzi Caldas
Tradutora Inglês-Português e Revisora Português
55 11 94970-3468